Com as eleições de 2022 cada vez mais polarizadas, surgiram algumas dúvidas sobre o processo eleitoral. Qual a diferença entre os partidos? O que é Direita, Esquerda e Centro?
No dia 2 de outubro, o Brasil votará no 1º turno para os cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Nessa nova eleição, a política está mais polarizada, deixando em evidência as vertentes de Direita, Esquerda e Centro, principalmente entre os candidatos a presidência Lula (Luiz Inácio Lula da Silva – PT), ex-presidente e atual líder das pesquisas de intenção de votos, e Bolsonaro (Jair Messias Bolsonaro – PL) atual presidente do país.
Como surgiram os conceitos
Durante a Revolução Francesa (segunda metade do século XVIII) dois grupos políticos se destacaram: Girondinos e Jacobinos. As ideias iluministas, combinadas com a grande fome que a França atravessava, fizeram com que o regime absolutista deixasse de ser interessante para a população.
Durante as assembleias que se seguiam, os dois grupos se dividiram, sendo que os Girondinos sentaram-se à direita e os Jacobinos à esquerda. O primeiro grupo defendia uma tomada de poder mais ponderada, mantendo aspectos do antigo regime, seus membros eram da alta burguesia (grandes comerciantes, extremamente ricos), já os Jacobinos pertenciam à baixa e média burguesia (pequenos e médios comerciantes), e defendiam uma mudança radical no regime e a instauração da república no país francês.
Nesse contexto, já se desenhava o que conhecemos como Direita e Esquerda, mas, com o tempo, as vertentes foram se tornando mais complexas. No Brasil, nós conhecemos: extrema esquerda, esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita, direita e extrema direita.
Mas o que é Direita e Esquerda?
Os dois posicionamentos políticos possuem claras diferenças entre si. A Direita, por exemplo, é vista com posicionamentos mais conservadores e tradicionais, defendendo a participação mínima do governo. Já a Esquerda tem um viés mais revolucionário, defendendo pautas menos convencionais e dando maior poder ao Estado.
A Direita vai defender que o Estado gaste menos com a população, já que a Direita acredita no mérito individual: para ela o mercado deveria ditar suas próprias regras. É comum à Direita concordar com a privatização de órgãos públicos, por exemplo. Ela também busca redução de impostos e a menor intervenção do Estado possível. Sendo assim, uma empresa que produz mais, paga menos impostos, pois conquistou isso por mérito, já que elas geram renda e contribuem para a saúde social.
Esse mesmo pensamento vale para saúde e educação: para a Direita, privatizando esses serviços o país teria um menor gasto público, o que impulsiona a economia.
Já para a Esquerda, o Estado precisa ter um poder maior, sendo dele a responsabilidade por fornecer saúde e educação, defendendo que os sistemas de bem estar social devem ser gratuitos e acessíveis para todos. Ela também defende um pagamento de impostos justos e adequados para todos, cada um deve pagar uma quantia específica de acordo com o que ganham. É da pauta da Esquerda causas sociais como: saúde pública, ensino público, infraestrutura, causas LGBTQ+, liberdade e igualdade de gênero, leis anti-discriminatórias, pesquisas com celulás-tronco, contra o armamento e a favor da legalização do aborto.
A Direita costuma ser mais conservadora, defendendo apenas o modelo de família tradicional, o armamento da população, são contra as pesquisas de células-tronco e com viés mais religioso, se opondo a causas LGBTQ+ e programas sociais.
Divisão das ideias de Direita e Esquerda
A polarização também existiu dentro de cada ideia política, por isso os partidos foram separados, sendo que os que têm um viés mais radical ficaram na extrema esquerda ou extrema direita, os tradicionais em esquerda ou direita, os que possuem uma visão mais moderada e neutra em centro-esquerda ou centro-direita, assim como os mais neutros e moderados no centro.
Também existem mais subdivisões entre os partidos, a Esquerda é considerada progressista, ambientalista, social-democratas, comunistas e/ou anarquistas. Já a Direita ficou conhecida como capitalista, neolibeirais, conservadora, anarcocapitalista, nacionalista e econômico-libertários.
É importante ressaltar os termos liberal e conservador: eles ganharam um papel importante na política atual. Os conservadores são mais tradicionais, defendendo valores mais antiquados e indo contra LGBTQ+, legalização do aborto, legalização de drogas, migração, apoiam liberação de armas e pena de morte. Já os liberais levantam as bandeiras LGBTQ+, igualdade de gênero, legalização do aborto e migração. São contra a legalização de armas e a pena de morte.
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