O estado enfrenta uma das maiores tragédias de todos os tempos: são mais de 406 mil pessoas fora de suas casas, cerca de 113 mortos e 146 pessoas desaparecidas até o presente momento; 435 cidades do Rio Grande do Sul foram alagadas.
Imagens de satélite mostram como alguns dos principais rios gaúchos transbordaram e saíram das calhas onde segue seu curso natural, mudando completamente o cenário do estado.
Em 1941 ocorreu uma grande enchente em Porto Alegre, em razão da construção do muro de Mauá, mesmo com ela a tragédia se repetiu, dessa vez de maneira muito mais devastadora por conta do aquecimento global e desmatamento na região.
O especialista Carlos Nobre explica em entrevista para o veículo Agência Brasil a causa da enchente fora das proporções: “Nunca, mais de 60% do território gaúcho mostrou um volume de chuva maior que 800 milímetros. Os dados mostram que, em menos de 15 dias, choveu o mesmo que em cinco meses em todo o estado e a previsão é de uma nova frente fria chegando com mais chuvas. Não é o mesmo volume que vimos na semana passada, mas os níveis dos rios continuarão altos e a população das áreas baixas vão continuar enfrentando alagamentos. Isso está acontecendo em todo o mundo. Então, não é algo raro que vai acontecer a cada cem anos, não é um fenômeno extremo raríssimo. As mudanças climáticas – devido ao aquecimento global causado por gases do efeito estufa que lançamos na atmosfera – são a razão para que eventos extremos estejam se tornando mais frequentes e batendo recordes.” Mesmo com os alertas, 435 cidades do Rio Grande do Sul foram atingidas, sendo que as cidades de Pelotas, São José do Norte, São Lourenço do Sul e Rio Grande estão em alerta máximo de perigo, já que houve uma mudança nos ventos que faz com que a água da Lagoa dos Patos entre nas cidades. Em Pelotas mais de 100 mil pessoas moram em zona de risco e estão sendo auxiliadas pelo exército para deixarem suas casas, já em Rio Grande 1,5 mil pessoas já deixaram seus lares para trás, em busca de abrigos mais seguros. O lago está quase 1 metro acima do normal, gerando alarde na população.
Canoas e Porto Alegre estão praticamente debaixo d’água, são muitos os relatos de pessoas que foram resgatadas, as redes sociais como a X (antigo Twitter), Instagram e TikTok estão repletos de vídeos, áudios e fotos de pessoas pedindo ajuda ou sendo resgatadas. Em Canoas, cidade que fica na região metropolitana de Porto Alegre e tem quase 350 mil habitantes, as ruas de diversos bairros foram "engolidas" pelas águas.
Também são muitos os relatos de pessoas mortas, famílias inteiras alagadas, o que explica a demora para o aumento dos números de mortos e desaparecidos, já que, com todos os membros das famílias já falecidos, não tem quem relate a falta do familiar. Entre os vídeos o desespero dos pais por crianças desaparecidas e a volta dos moradores para as suas casas em busca de animais domésticos tem sido bastante repercutidos na internet, muitos abrigos temporários foram montados e o estado todo precisa de ajuda com alimentos, artigos de higiene e roupas.
O que o governo está fazendo em relação ao Rio Grande do Sul?
Infelizmente, mesmo com toda essa tragédia as fake News estão surgindo, principalmente contra o atual governo de Lula, que está sendo acusado de não mandar ajuda para o Rio Grande do Sul.
Desde o anúncio da tragédia o atual presidente, a primeira dama Janja e sua equipe sobrevoaram o estado e estão agindo em busca de soluções, sendo que nesta quinta-feira 09 de maio, o governo anunciou o envio de 51 bilhões de reais para ajudar o estado, sendo dividido em três medidas provisórias, para que aconteçam imediatamente.
Além disso, o presidente Lula informou que estará anunciando na segunda-feira (13 de maio) o acordo para a suspensão de pagamentos da dívida do Rio Grande do Sul com a União, junto com as medidas para as pessoas que foram afetadas. Entre suas medidas estão:
Será antecipado o abono salarial, segundo dados 705 mil trabalhadores com carteira assinada serão beneficiários;
Duas parcelas adicionais do seguro-desemprego;
Prioridade na restituição do imposto de renda;
Antecipação do bolsa família e do auxílio gás do mês de maio;
Para as cidades, o governo anunciou as seguintes medidas:
Fundos de estruturação de projetos no valor de 200 milhões;
Análise de crédito para municípios no valor de 1,8 bilhões;
Para empresas, o governo Lula declarou as seguintes medidas:
Desconto em juros do Pronamp para Micro e pequenas empresas;
Crédito para micro e pequenas empresas: 4,5 bilhões;
Garantias do Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (PEAC) no valor de 500 milhões;
Entre outras medidas emergenciais, além da ajuda em dinheiro, o governo tem mandado o exército e equipes especializadas para resgatar as vítimas, têm facilitado o fluxo de doações para o estado e priorizado a segurança da população.
Confira o pronunciamento do governo no vídeo:
Fake news
É mentira que o governo está pedindo nota fiscal nos caminhões de doações ou que estão multando os veículos de resgate voluntário. Na realidade das fake news estão propagando pânico e dificultando a ajuda humanitária para o estado do Rio Grande do Sul. O que acontece é que a carga está pesada demais para passar, gerando o risco de mais um acidente, então toda a carga está sendo dividida, para que chegue em segurança nos devidos abrigos.
Também é mentira que pessoas sem a licença correta estão perdendo suas motos aquáticas e barcos no resgate, o governo e seus órgãos não estão multando ou retendo nenhum veículo de socorro.
O dinheiro que chega pelo pix oficial não entra no caixa do governo, toda a arrecadação doada é vinculada a conta aberta pelo Banrisul, banco do estado. E toda a movimentação dos recursos passa por auditoria e fiscalização. O pix é seguro, e pode ser doado no CNPJ: 92.958.800/0001-38.
Os helicópteros não estão sendo impedidos de ajudar, só a Operação Taquaral 2, coordenada pelas forças armadas, conta com 15 mil militares, agentes e policiais e já resgatou 46 mil pessoas. São cerca de 42 aeronaves, 243 embarcações e 2.500 viaturas. Além disso, toda a ajuda de empresas particulares e pessoas físicas são muito bem-vindas, todos que estão ajudando de maneira voluntária são bem vindos. Essas são algumas das Fake News que mais estão atrapalhando a ajuda chegar no estado do Rio Grande do Sul.
Ajuda humanitária do Uruguai
Entre as diversas Fake News que estão circulando, é dito que o governo brasileiro recusou a ajuda do Uruguai, acusação feita pela Folha de São Paulo é rebatida pela página oficial do governo.
O helicóptero do Uruguai está em operação nos resgates do Rio Grande do sul, o que ocorreu é que junto com o helicóptero foi oferecido também um avião, mas, infelizmente não existe como utilizar o avião para os resgates, já que as pistas de voo estão todas inundadas.
A inverdade publicada pela Folha de São Paulo é gravíssima e novamente atrapalha nas ajudas humanitárias.
O Trabalho dos artista e Influencers
Uma corrente do bem foi iniciada por Whindersson Nunes e Felipe Neto na rede social X (antigo Twitter), ambos começaram sua própria corrente de doações, disponibilizando pix, buscando fundos e doações, mandando dinheiro do próprio bolso, comprando insumos e combatendo as Fake News ao mesmo tempo.
Whindersson tem se mobilizado não só na arrecadação, tem cobrado ajuda de amigos, influencers, pessoas com poder aquisitivo, buscando soluções entres os estudiosos, enviado doações, profissionais e até drones, para que consigam chegar nos prédios em que o acesso está muito difícil ou perigoso. São pessoas que estão sem energia elétrica, comida ou água e impossibilidades de sair do prédio.
O Felipe Neto mantém o mesmo posicionamento e pede para que as Fake News parem, já que a quantidade de informação mentirosa e tendenciosa está atrapalhando que as doações aconteçam. O influenciador promoveu uma vaquinha e comprou 220 purificadores de água que podem juntos fornecer mais de 2 milhões de litros de água por dia. Os equipamentos foram vítimas de Fake News, em que se diziam que Felipe Neto superfaturou nas compras, o que não é verdade, cada kit de purificador saiu no valor de 22 mil reais e vai atender principalmente os abrigos que não têm acesso a água potável. A tecnologia foi desenvolvida pela UFScar (Universidade Federal de São Carlos) com colaboração da USP (Universidade de São Paulo), a proposta era criar um purificador de água portátil, de baixo custo, que conseguisse tornar a água contaminada em potável. Hoje ela é produzida pela startup PWtech com sede em São Carlos, que confirmou os valores ditos pelo Influencer. No Brasil, a tecnologia já foi utilizada nas comunidades Yanomami e na Ilha Bororé. Também é destinado para trabalhos em unidades básicas de saúde, áreas remotas e populações carentes.
A primeira dama Janja bebeu a água do purificador para provar que é potável. Para a sobrevivência das pessoas do abrigo, os equipamentos serão extremamente necessários.
Além deles, vários influencers foram ajudar nas cidades mais atingidas, como é o caso das ex-bbb e médicas: Thelma Assis, Marcela McGowan e Amanda Meireles, as tres estão na linha de frente atendendo os doentes. Também em uma ação louvável o surfista Pedro Scooby lidera um grupo de amigos voluntários em resgate às vítimas de enchentes, ele juntou uma equipe de nadadores, surfistas, amigos que possuem jet skis e barcos e dirigiu até o Rio Grande do Sul para a missão de resgatar o máximo de pessoas possível. Estão entre os voluntários Lucas Chumbo, IIan Cossenza, Felipe Cesarano, o grupo levou além das motos aquáticas, coletes salva vidas e mantimentos para ajudar o Rio Grande do Sul. Arriscando as próprias vidas, eles estão diariamente tentando salvar as vítimas.
Demais influenciadores também estão impulsionando as vaquinhas oficiais ou realizando as próprias e prestando conta do que compram com o dinheiro, além de comprarem mantimentos com o próprio bolso, é o caso de Virginia e Zé Felipe, Vih Tube e Eliezer e Isabela Freitas.
Solidariedade e Ganância: o contraste nas inundações do Rio Grande do Sul
As recentes inundações no Rio Grande do Sul não apenas expuseram as comunidades locais à devastação, mas também revelaram o melhor e o pior da natureza humana. Enquanto muitos se uniram em um esforço coletivo para ajudar os necessitados, outros viram na tragédia uma oportunidade para benefício próprio.
União em tempos de crise, os esforços heróicos de desde influenciadores e grandes personalidades da mídia até pessoas anônimas de todas as situações sociais e financeiras para ajudar e arrecadar recursos para enviar ao Rio Grande do Sul tem sido um ato lindo de se ver, para resgatar a fé na humanidade. Organizações e autoridades locais se uniram para fornecer ajuda às vítimas, doando mantimentos, roupas, alimentos e oferecendo socorro local.
Em contrapartida ao cenário anterior, também começamos a ver o lado obscuro da solidariedade, a CBN divulgou nesta semana dia 06 uma matéria expondo que golpistas têm criado vaquinhas falsas para o Rio Grande do Sul, explorando a generosidade das pessoas em benefício próprio.
Eduardo Leite, Governador do estado que sofre com esta calamidade, veio a público e explicou que o canal oficial para arrecadar o dinheiro é a conta do SOS Rio Grande do Sul, mesmo canal que já havia sido ativado em setembro de 2023, quando fortes chuvas também atingiram o estado.
A chave PIX correta para doar o dinheiro é o CNPJ 92.958.800/0001-38. Ao fazer a transferência, vai aparecer o nome do destinatário - Associação dos Bancos No Estado do Rio Grande do Sul - e o banco da conta - BanriSul. No site e nas redes sociais do estado há postagens com o QRCode que leva à conta que recebe as doações. Segundo o governador Eduardo Leite, se isso não aparecer, é golpe.
Os especialistas em ética e psicologia oferecem uma variedade de perspectivas sobre as motivações por trás dos atos altruístas e egoístas durante tempos de crise.
Quanto ao altruísmo podemos perceber que ele vem de motivações intrínsecas, algumas pessoas agem altruisticamente porque se sentem intrinsecamente compelidas a ajudar os outros. Isso pode ser resultado de valores pessoais, empatia ou um senso de responsabilidade moral. Há também o sentido de comunidade que em tempos de crise, as pessoas podem sentir uma conexão mais forte com sua comunidade e sentir-se motivadas a ajudar seus membros. Por fim, vem a recompensa emocional, o ato de ajudar os outros pode trazer uma sensação de realização e satisfação emocional, o que pode ser uma motivação significativa para o comportamento altruísta.
Quanto ao egoísmo assustador diante destas situações, alguns especialistas afirma que pode partir de um sintoma de autopreservação, no qual em situações de crise, o instinto de autopreservação pode levar as pessoas a agir egoisticamente, priorizando sua própria segurança e bem-estar sobre os outros. O medo e a ansiedade também podem levar as pessoas a agir de maneira egoísta, concentrando-se em proteger a si mesmas e a seus entes queridos, mesmo que isso signifique ignorar as necessidades dos outros. Além disso, quando os recursos são escassos, as pessoas podem agir egoisticamente para garantir sua própria sobrevivência, mesmo que isso signifique negar ajuda aos outros.
Em geral, a motivação por trás do comportamento altruístico ou egoísta durante uma crise pode ser influenciada por uma combinação de fatores pessoais, sociais e contextuais. Mas não devemos normalizar o comportamento aproveitador e egoísta dos golpistas, denuncie! Ao se deparar com uma falsa vaquinha, se houver delegacia de crimes cibernéticos, procure essa delegacia. Se não houver, procure a delegacia normal, faça a notícia crime e mediante isso o Ministério público vai ser provocado a tomar alguma providência.
Outra medida essencial é avisar as plataformas. Elas têm nos seus termos de uso dispositivos que proíbem esse tipo de campanha ilegal.
Enquanto o Rio Grande do Sul se recupera das inundações, é crucial lembrar que, apesar das adversidades, a solidariedade e o espírito de comunidade prevalecem. Ao mesmo tempo, é importante permanecer vigilante contra aqueles que buscam se aproveitar das dificuldades alheias para ganho pessoal. Essa tragédia nos lembra da complexidade da natureza humana, mas também da resiliência e generosidade que podem emergir em momentos de necessidade.
Ainda há muita gente boa no mundo e você pode fazer parte deste time ajudando vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Confira alguns pontos e formas de doações:
Ministério Público Federal: unidades do MPF estão aceitando as doações para o estado do Rio Grande do Sul; Prefeituras: a maioria das prefeituras estão organizando suas próprias campanhas de doações, entre nas redes e sites oficiais e veja como realizar a doação.Correios: toda a rede dos Correios está aceitando doações que serão entregues de maneira gratuita, eles priorizam roupas e sapatos, água, alimentos, ração e medicação.
Grupo de Respostas a Animais em Desastres (GRAD): todas as doações podem ser feitas na chave pix CNPJ: 54.465.282/0001-21, todo o dinheiro será usado na compra de alimentos, medicação e suporte para os animais resgatados.
Governo do estado do Rio Grande do Sul: todas as doações podem ser feitas na chave pix CNPJ: 92.958.800/0001-38, instituição bancária Banrisul, lembrando que o valor vai direto para o estado e não para o governo federal.
Doações para a comunidade indígena do Rio Grande do Sul: Banco do Brasil Agência: 0321-2 Conta Corrente: 128891-1 Cimi Regional Sul , Chave Pix: 566601e8-72b1-4258-a354-aa9a510445d1
Doações internacionais para o Rio Grande do Sul:
Zona do Euro: conta: 007358304
Zona do Dólar: conta: 3544032986001
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