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  • Foto do escritorHellen Caldas

O diagnóstico tardio de autismo em meninas


No mês de Conscientização do Autismo, a importância de iluminar a discussão sobre o assunto na sociedade.




Não existe fórmula


O Transtorno do Espectro do Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, presente desde a infância, que gera alterações nas questões comportamentais e sociocomunicativas, além de aprendizado, comportamentos repetitivos e dificuldade de adaptação. Pode ser classificado em leve, moderado ou severo, devido à abrangência de níveis do transtorno. Sendo assim, os indivíduos com autismo possuem diferentes níveis de intelectualidade. Desta forma, o Transtorno do Espectro do Autismo não é linear, não havendo fórmula para evidenciá-lo.


As características que definem uma pessoa autista são diversas, entre elas: comunicação/linguagem (ausência ou atraso do desenvolvimento da linguagem oral); interação social (falta de reciprocidade, dificuldade de socialização e o comprometimento do contato com o próximo); déficit comportamental (necessidade em estabelecer uma rotina, além dos movimentos repetitivos e as estereotipias). Também é comum se observar crianças autistas encantadas com alguns estímulos visuais, como luzes piscando e reflexos de espelho, além de aversões ou preferências por gostos, cheiros e texturas.


A identificação do transtorno ocorre, normalmente, entre os 2 primeiros anos de vida da criança, e ainda é um processo complexo, já que os critérios de diagnósticos e as características dos pacientes são muito amplos.



Ainda há muita dificuldade de diagnóstico de autismo, que se revela ainda maior em meninas: enquanto 3 meninos recebem o diagnóstico de autismo, apenas 1 menina o recebe na primeira infância.


O diagnóstico em meninas é ainda mais complexo




A dificuldade de diagnóstico em meninas é maior por causa dos aspectos socioculturais que abrangem questões psicossociais de identidade de gênero, sexo biológico, entre outras questões.


A maior parte dos estudos realizados trazem hipóteses diferentes, com pesquisas inconclusivas. Além disso, a menor representação de meninas em pesquisas e diferenças culturais são consideradas fatores para a dificuldade de diagnóstico e a falta de suporte às pacientes com autismo, tornando um diagnóstico tardio.


As características de autismo em mulheres nem sempre são as mais comuns, descritas na literatura. Muitas vezes, os profissionais não conseguem perceber sinais de autismo, mas percebem uma “camuflagem”, se adequando aos padrões impostos pela sociedade, sendo muito comum em mulheres com quoeficiente de inteligência (QI) elevado, além de serem mais ansiosas que os meninos.


Receber um diagnóstico formal geralmente auxilia as mulheres a se entenderem melhor e a obter maior apoio, mas algumas mulheres afirmam que isso vem com seus próprios ônus, como um rótulo que as estigmatiza e expectativas mais baixas de realização.


E isso mostra que ainda é necessário incluir mais meninas em estudos do Transtorno do Espectro do Autismo, para auxiliar no diagnóstico precoce e aumentar a qualidade de vida destas mulheres.


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