Desde 2014, o mês de setembro é destinado às ações de prevenção do suicídio, já que, segundo a OMS, a cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida.
Com o objetivo de chamar a atenção dos governos e da sociedade civil para a importância de falar sobre o suicídio, a Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e endossada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), decidiu formalizar o dia 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Mas, apesar de existir uma data, diante da importância, durante o mês inteiro, são realizadas ações voltadas à proteção da vida.
A campanha do Setembro Amarelo surgiu em 2014, inspirada na história de Mike Emme, que cometeu suicídio, aos 17 anos, em setembro de 1994, nos Estados Unidos.
Ele tinha um carro amarelo e, no dia do seu velório, os pais e amigos distribuíram cartões com fitas amarelas e frases motivacionais para pessoas que pudessem estar enfrentando transtornos mentais e emocionais.
O Brasil adotou a campanha em 2015, atravésdo Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), quando as fitas amarelas tornaram-se símbolo da causa.
A psicóloga Giórgia Aparecida Tomazela ressalta a importância da ações: "Falar sobre o tema traz visibilidade diante da saúde mental, como podemos recorrer a ajuda, que é possível falar. Setembro Amarelo é trazer conscientização, mas lembrando que na verdade todos os meses do ano inteiro, todos os dias, a gente precisa trazer a importância de falar sobre a saúde mental".
De acordo com a OMS, mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo, sendo a quarta maior causa de óbitos entre jovens de 15 a 29 anos de idade. No Brasil são, em média, 14 mil suicídios por ano: cerca de 38 pessoas tiram a própria vida, por dia, no país.
De 2010 até 2019, segundo o Ministério da Saúde, 112.230 pessoas morreram por suicídio, acontecendo um aumento de 43% no número anual de mortes, passando de 9.454 em 2010, para 13.523 em 2019.
A psicóloga Giórgia, baseada em dados, aponta que a taxa global de suicídio é duas vezes maior em homens que em mulheres, a maioria vivendo em situações vulneráveis, como refugiados e membros da comunidade LGBTQIA+.
Quando questionada sobre os motivos, a psicóloga é enfática: "Cada pessoa sente de um jeito diferente, cada um tem um limite em determinadas situações, como problemas familiares, depressão, amigos, problemas amorosos, bullying, uso de drogas e álcool... O que pode ser ruim para mim, pode ser bom para o outro. Quando tratamos pessoas vivendo essa situação, existe uma dualidade entre quer viver e querer morrer, ela não quer tirar a própria vida, mas é o único meio que ela se encontra para tirar aquela dor".
Com a pandemia, a procura por ajuda cresceu durante os últimos anos. Mensalmente, o Centro de Valorização da Vida realiza mais de 300 mil atendimentos em todo o país por meio de voluntários que se propõem a conversar com pessoas necessitadas. Atualmente, o estado do Rio Grande do Sul é o que apresenta a maioria de casos.
Para quem tem uma pessoa próxima colocando prazo de validade em si mesma, a psicóloga Giórgia aconselha que "cada caso é uma caso, mas que a maioria precisa de acolhimento, que alguém escute sem julgamento, invalide sua dor, perguntando como se sente, como pode ajudar para tentar aliviar a angústia, mostrar que você está ali".
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