Poeta resumiu a simplicidade da vida e das histórias do interior de Goiás.
Vida e obra
Goiana nascida em 20 de Agosto de 1889, Cora Coralina foi uma poetisa e contista brasileira.
Mas se engana quem pensa que este era seu nome verdadeiro. Na verdade, Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas era quem carregava a responsabilidade de ser uma das mais importantes escritoras brasileiras.
Filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e de dona Jacyntha Luiza do Couto Brandão, desde os 14 anos já se destacava pelo seu gosto pela arte de escrever e, sendo assim, seus textos eram publicados por jornais de sua cidade natal como Folha do Sul da cidade goiana de Bela Vista e nos periódicos de outros rincões, assim como a revista A Informação Goiana do Rio de Janeiro.
Depois de se casar com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas, com quem teve seus filhos, mudou-se para São Paulo, onde viveu por 45 anos. Após a morte do marido, retornou à cidade de Goiás, em 1956, passando a vender doces que ela mesma fazia.
Sua primeira obra, intitulada ‘Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais’ foi publicada quando ela tinha 75 anos e, no ano de 1970, cinco anos depois, Cora Coralina tomou posse da cadeira n.º 5 da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás.
Porém, apenas na década de 80, a poeta ficou conhecida para toda a população brasileira quando Carlos Drummond de Andrade, poeta, contista e cronista brasileiro do período do Modernismo, leu suas poesias.
Em carta retirada do acervo da biblioteca da PUC do Rio Grande Sul, o poeta diz: “Minha querida amiga Cora Coralina: Seu Vintém de Cobre é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia (…)”
Depois, publicou ‘Meu Livro de Cordel’, em 1976, ‘Vintém de Cobre: Meias Confissões de Aninha’, em 1983, ‘Estórias da Casa Velha da Ponte’, em 1985 e ‘O Tesouro da Casa Velha’, em 1989.
Prêmios
Cora Coralina recebeu diversos prêmios, sendo eles o Troféu Jaburu, ofertado às pessoas ou entidades de destaque no cenário da cultura, sendo a primeira homenageada.
Em 1983, recebeu o Troféu Juca Pato, concedido a renomados autores da literatura brasileira, sendo a primeira mulher a receber este prêmio desde o início da premiação.
A poetisa recebeu também, em 1983, o título de doutora honoris causa da Universidade Federal de Goiás (UFG), concedido por universidades a pessoas que, em virtude de sua importância em algum campo de atuação (no caso de Cora Coralina, a escrita literária), merecem um título honorário de doutor ou doutora, mesmo não tendo frequentado um curso acadêmico.
Pseudônimo
Em entrevista disponibilizada pela TV Brasil em suas redes sociais, Cora Coralina explica que Ana, seu nome de batismo, era dado a muitas meninas devido ao nome da Santa Padroeira de sua cidade e por isso, adotou o pseudônimo.
Em 1983, a goiana também foi entrevistada no programa Vox Populi, da TV Cultura, onde falou sobre sua infância, carreira, entre outros diversos assuntos.
Falecimento
Em 10 de Abril de 1985, em Goiânia, Cora Coralina faleceu devido a um quadro de pneumonia. A Casa Velha da Ponte, casarão onde passou a infância e para onde retornou na velhice, tornou-se, em 1989, o Museu Casa de Cora Coralina, que abriga livros, objetos pessoais, fotos, entre outros itens da poeta.
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