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Foto do escritorHellica Miranda

Burnout parental: 9 em cada 10 mães sofrem de transtorno no Brasil

Pesquisa mostra dados sobre saúde mental de mães que trabalham e aponta grave cenário.



Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Ohio, em 2022, 66% dos pais que trabalham sofrem de burnout parental, com 68% das mães e 42% dos pais sendo afetados.


Este ano, em parceria com a Kiddle Pass, a B2Mamy realizou uma pesquisa, entre abril e julho, com 2 mil mães, que aponta que 9 em cada 10 mães sofrem de esgotamento parental, variando entre estágios graves e moderados.


Para os pesquisadores de Ohio, o “burnout parental” seria um tipo específico de esgotamento mental que afeta os pais, lihado ao estresse contínuo e à sobrecarga de responsabilidades.


O estudo empregou uma escala de burnout utilizando advérbios de frequência (variando de “nunca” a “frequentemente”), adaptada para examinar a relação entre as figuras parentais (mães e pais) e seus filhos. A escala incluía perguntas como: “Sinto-me sobrecarregada(o) ao tentar equilibrar meu trabalho com minhas responsabilidades em relação aos meus filhos?” Esta abordagem visava avaliar o nível de burnout parental, medindo com que frequência os pais experimentavam sentimentos de exaustão ou sobrecarga em seus papéis parentais.


Os sintomas do burnout parental são:


  • Esgotamento emocional: Manifesta-se especificamente no contexto dos cuidados parentais, caracterizado por episódios de irritabilidade intensa ou indiferença extrema em relação aos filhos.


  • Distanciamento afetivo: Envolve uma sensação de desconexão emocional, que pode comprometer o senso de realização pessoal no papel de mãe ou pai.


  • Autopercepção negativa: Reflete-se em uma visão inadequada de si mesmo como figura parental, frequentemente resultando em comparações desfavoráveis com outros pais ou mães.



A pesquisa também abordou a questão da rede de apoio das mulheres. Os resultados revelaram que uma em cada cinco participantes (20%) relatou não ter recebido nenhum suporte no cuidado com os filhos. Além disso, 30% das entrevistadas — o equivalente a três em cada dez mulheres — expressaram não se sentir confortáveis sobre a família no trabalho.


Ao analisar os dados sob a perspectiva racial, a pesquisa revelou uma disparidade significativa: mães negras reportaram níveis de esgotamento moderado a grave com uma frequência 24% maior em comparação às mães brancas. Este resultado destaca uma importante intersecção entre raça e experiência de maternidade, apontando para possíveis desigualdades nas condições e desafios enfrentados por mães de diferentes grupos raciais.



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