Margaret Hamilton, a criadora da engenharia de software, é a mente por trás da missão Apollo 11
- De Mulher Para o Mundo
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Uma mulher que, contra tudo e todos, possibilitou o pouso na Lua.

Nascida Margaret Heafield, em Indiana, nos Estados Unidos, no ano de 1936, filha de Kenneth Heafield e Ruth Esther Heafield, Margaret era dona de uma mente ímpar. Estudou matemática e filosofia em Earlham College. No entanto, desenvolveu os softwares e códigos sozinha, pois não se estudava nada do tipo na faculdade. Foi durante esse período que ela criou o termo “engenharia de software”, usado até hoje.
Também foi enquanto estudava que a cientista conheceu e se casou com James Hamilton, de quem adotou o sobrenome. O casal teve uma filha chamada Lauren, que chegou a acompanhar a mãe durante seus trabalhos. Ela aceitou um emprego no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), formando-se também em pós-graduação em meteorologia.
Foi durante seu trabalho no Instituto que começou a colocar em prática o que desenvolveu na universidade, passando a programar softwares que previam o tempo.
Em 1960, Hamilton ingressou no Laboratório Lincoln do MIT e passou a integrar o Projeto Semi-Automatic Ground Environment (SAGE), o famoso sistema de defesa aérea dos EUA. A cientista foi responsável pelos códigos que identificavam aeronaves inimigas. Com seu trabalho sendo um sucesso, passou a atuar no Laboratório de Instrumentação do MIT, ligado diretamente à NASA.
A missão
Foi então que a jovem cientista, criadora do termo “engenharia de software”, assumiu e liderou a equipe responsável por desenvolver os códigos necessários para a missão Apollo 11. Na época, os computadores eram do tamanho de uma sala, e os códigos necessários eram escritos à mão por Hamilton — empilhados, chegavam quase à sua altura. Como nenhuma escola ensinava a desenvolver software, a mente de Hamilton teve que criar tudo do zero, usando um complexo método que possibilitasse a chegada do homem em segurança à Lua.

Seu trabalho era tão complexo e extenso que passaram a ser considerados engenheiros da NASA, como os que desenvolveram o foguete. Margaret foi a primeira mulher a ser contratada para trabalhar no desenvolvimento do software necessário para a missão e a principal programadora da operação, em um ambiente fortemente comandado por homens.
Seu trabalho era tão importante que o computador precisaria ser portátil, em uma época em que computadores precisavam ser comandados por várias pessoas, de tão grandes que eram suas estruturas. Além disso, era necessário que ele mantivesse a conexão com o computador principal, do espaço para a Terra.
Seu software identificava principalmente erros de sistema e recuperava informações, mesmo com falhas nos computadores. Seu trabalho foi essencial para o sucesso da missão.
No dia 20 de julho de 1969, quando Neil Armstrong e Buzz Aldrin estavam a três minutos de pousar na superfície da Lua pela primeira vez, o computador de bordo disparou alarmes de emergência, avisando de erros e panes. A NASA precisou decidir se continuava a missão ou não, e a presença de Margaret foi essencial. A brilhante engenheira, com sua equipe e equipamentos bem executados, conseguiu fazer com que o computador realizasse uma programação assíncrona, que quebrava os códigos, reconhecia as mensagens de erro, ignorava as tarefas de baixa prioridade e seguia com as demandas urgentes. Um feito gigante, em uma época em que softwares e programações não eram ensinados na faculdade. Graças ao seu trabalho, a NASA confiou no sistema criado pela jovem, acreditando que ele resolveria o problema sozinho: e assim foi! Os erros foram corrigidos e a missão Apollo 11 entrou para a história!
Pós-NASA

Em 1970, a cientista deixou a NASA, dedicando-se ao setor privado. A mente brilhante foi cofundadora da Higher Order Software em 1976 e fundou a Hamilton Technologies uma década depois.
Margaret recebeu diversas honrarias pelo seu trabalho, entre elas:
1986 – Prêmio Augusta Ada Lovelace, Association for Women in Computing.
2003 – NASA Exceptional Space Act Award for scientific and technical contributions (junto com o prêmio, ela faturou US$ 37.200, sendo a maior premiação dada pela NASA).
2009 – Prêmio para Ex-Alunos Notáveis (Outstanding Alumni Award), Earlham College.
2016 – Medalha Presidencial da Liberdade, uma das maiores honras dos Estados Unidos da América.
Atualmente, Margaret vive em Cambridge, onde sua empresa também está localizada. Até hoje encanta e inspira diversos cientistas, por meio de seus mais de 130 artigos, atas e relatórios de mais de 60 trabalhos, além das entrevistas inspiradoras que concede à mídia estadunidense.
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